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Foto do escritorDiego Carlos Marquete

::Intuição e sensibilidade, ouvindo o corpo com as mãos


Tratar, não se trata de dar o corpo o que julgamos necessário, mas sim, ouvir seu pedido. Feche os olhos para enxergar, dizia Shizuto Masunaga, sábio mestre japonês da terapia manual shiatsu. Shiatsu foi meu primeiro contato com a terapia manual oriental, há 15 anos. O professor, um homem baixinho, de cabelo escasso e usando óculos formato redondo grande, nascido em Hokkaido, dizia para parar de procurar, pois somente assim poderíamos encontrar os locais de desequilíbrio energético no corpo.

As ferramentas de diagnose oriental eram naquele tempo formas muito distantes das que eu estava aprendendo nas aulas de meu curso acadêmico e os livros que comprava sobre as mesmas traziam mais e mais informações e conselhos sobre acreditar na intuição. Em seus parágrafos lia-se um modo totalmente diferente de avaliar, onde o corpo era o mais importante mensageiro, contando ao terapeuta seus desequilíbrios, sem esconder nada.

O terapeuta fazia a observação dos pés, da pele, das unhas, da língua, dos sinais dados pelas vísceras, percebendo o pulso, analisando a postura, além de outras formas de comunicação que praticamente dispensam a fala. Aliás, o tom de fala, também servia como método de avaliar.

Apesar da aparente necessidade de maior sensibilidade e menor racionalidade, estes ainda são métodos de avaliação mais palpáveis, pois outras formas de perceber os desequilíbrios do corpo não podem ser vistas ou praticamente tocadas, apenas sentidas.

Quando o terapeuta experientemente treinado e hábil toca ou simplesmente aproxima suas mãos do corpo do paciente, principalmente em regiões como a cabeça, abdômen e pés, percebe certa atração de sua mão para locais e parte do corpo, identifica calor e desequilíbrios, as dificuldades nas linhas de energia em fazer fluir a força vital, constata o corpo contar para a palma de sua mão aonde é necessário ajuda.

A racionalidade neste momento dá espaço a intuição, a mão segue o pedido, sendo atraída para o local do corpo que a chama. O toque segue a respiração, não a respiração feita pelos pulmões, mas a respiração existente em cada célula, em cada tecido, uma respiração a que chamamos primordial, que exala relaxando e inala contraindo.

É dentro deste espaço que as mãos terapêuticas trabalham, observando e descobrindo a força que cada órgão, músculo, tecido emite através da pele, suas vibrações ou frequência. Na tradição oriental, acredita-se que, quando o terapeuta trabalha desta forma, respeitando os pedidos do corpo e não impondo a ele o alongamento ou a pressão que considera necessária, o fluxo energético se restabelece de maneira mais harmônica e vigorosa.

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